quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


E foi por uma distração que você apareceu. Chegou, simplesmente.
Eu encontrei quem já me esperava sem nem me conhecer. Bem sei que parece confuso, desconexo, mas foi assim. Simples e ao mesmo tempo tão diferente dos outros. Ele foi.

De uma forma natural e sem pretensão alguma, ele se aproximou de mim. E eu dele.
Discretamente, eu estava sendo notada. Ele observava meu modo de falar, minhas risadas altas, minhas manias, já ali, tão expostas. E isso nos aproximou. E também despertou o meu interesse por ele. Pela história dele. Pelo som que a risada dele teria. Pela forma que ele enxergava a vida. E houve a troca. Timidamente ela estava acontecendo. Nascendo diante dos nossos olhos. Houve, da mesma forma, uma energia doce que nos brindava naquela noite linda, de lua crescente.

E aos poucos eu fui me encantando. Eu fui me sentindo atraída por aquele moço tão bem resolvido, tão intenso, tão utópico. Tão. Ele foi me cantando, me trazendo pra perto. É como se apenas nós estivéssemos naquele bar. E de improviso inventamos uma redoma bonita. Nasceu uma curiosidade bonita, um na vida do outro. Uma sensação de já nos conhecermos, de já estarmos juntos antes. Em outras vidas. Em outras noites talvez. Em outros sorrisos talvez. Houve duas pessoas que queriam imensamente estarem perto. Estarem juntas. Estarem.

E depois de tanto conversar, e o tempo passar sem que a gente nem sequer percebesse, tínhamos ainda muito mais para oferecer um ao outro. Mais assunto. Mais vontade. E mais. E lentamente eu fui me envolvendo com o sorriso dele. Com o jeito que ele me olhava. Com a atenção que ele me dedicava. E tudo aquilo me deixou ainda mais entregue. E foi bonito porque veio de dentro.

Não houve uma aproximação de corpos, mas de almas. De desejos. De afetos. De escolhas. Nós escolhemos a companhia um do outro. E mesmo que aquela noite nunca mais tenha se repetido, eu fiquei ainda com o cheiro dele na minha blusa. Naquele último abraço de despedida. Naquele momento,  encerramos uma nova história em nossas vidas. Nós não éramos mais os mesmos. Eu estava tocada por aquele homem. Eu não era a mesma de quando nos vimos pela primeira vez. Quando nem ao menos palavra alguma tinha sido pronunciada. Fomos.  

Bibiana Benites

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sobre o Ano Novo

“No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente.”
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