sábado, 3 de março de 2012

Sobre o bumerangue


"(...) O tempo deles não passava: eram tão presentes e, ao mesmo tempo, tão esporádicos. Sabiam que não importava quantos anos se passassem, quantas pessoas por eles passassem, nada ia mudar. Sabiam que, tão simples e tão complicado, gostar de alguém, gostar de verdade de alguém é como jogar um bumerangue. Se você lançar com força, ele vai para longe e demora a voltar. Mas, aí, ele faz uma curva e, com a mesma intensidade que foi, retorna.

Afinal, era sempre nele que ela pensava nas aulas chatas. Era sempre ele que se tornava assunto nas conversas com as amigas. E era sempre para ela que ele enviava mensagens no horário de trabalho. Era sempre ela quem atendia suas ligações embriagadas nas madrugadas da vida.

E, mais uma vez, estavam lá, juntos. Provando que, todas as vezes que disseram “não”, estavam mentindo. O mundo girava rápido, os corações pulsavam forte. E maldita fosse a lua no céu, que o fazia abraçá-la mais forte. E maldito fosse o vento frio da noite, que a fazia encolher-se nos braços dele, e suspirar no seu pescoço. E maldita fosse a mistura dos perfumes impregnando o tecido das roupas. Maldita fosse, porque só os fazia lembrar, no presente do (infinito?) infinitivo, o pretérito imperfeito cheio de perfeição.

"Aquele desesperado amor que eu tinha

 e ainda conservo."


‎"A vida é um eterno não saber. De mim. De nada. Quando me encontro, pareço nova. Mas, no fundo, só estou me acostumando com esse novo vento. Comigo."

o amor


"(...) A pontualidade é a virtude metódica das ocorrências sisudas e entendiantes de cada dia. Não do amor. Pois nada na vida é tão translouco. É crime inafiançável exigir certeza do mais acidental, insensato e desvairado dos episódios. O amor."

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